terça-feira, 27 de abril de 2010

Ana, mulher que orou

“Levantou-se Ana [...] Ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito.” (1Sm 1.9a-10.)

       A Bíblia nos conta a história de uma mulher extraordinária, Ana. Ela viveu no período dos juízes. Uma época em que “não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto” (Jz 21.25). Seu esposo chamava-se Elcana, homem da tribo de Efraim, filho caçula de José.
     Ana e Elcana moravam nas regiões montanhosas de Efraim, em Ramatain-Zofim.Ele era amoroso e procurava sempre agradar sua amada esposa, quer com palavras de ânimo, quer por meio de atitudes de honra e confissões de seu amor sincero.Entretanto, Ana tinha uma grande angústia em seu coração: ela era estéril. Nunca poderia gerar filhos.
     O passar dos anos ia consolidando sua tristeza. Sentia-se incapaz de corresponder ao amor de seu marido, dando-lhe um fruto desse amor: um filho; semente abençoada para perpetuar o nome da família e consagrar a união dos dois.Além disso, a Escritura Sagrada relata que Ana tinha uma rival: Penina. Esta era a segunda esposa de Elcana e tinha filhos com ele. Talvez Elcana tenha se casado também com Penina exatamente por causa da esterilidade de Ana... E Penina irritava excessivamente a pobre e sensível Ana, porque esta possuía o amor do marido.
      “No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril” (1Sm 1.4-5.)
      Outras mulheres experimentam lágrimas doídas, provocadas pela irritação constante da inveja declarada de quem está tão perto, no convívio diário. Irritação que soa como um gotejar contínuo que enlouquece e faz perder a alegria de desfrutar da vida. São situações de conflito que amarguram o coração e, então, não se consegue ver o sol, mas apenas as sombras dos problemas crônicos.
      O que fazer? Ana nos dá a resposta: orar.Orar com intensidade e firmeza.
      Orar com perseverança na direção da perfeita vontade de Deus. Arriscar pedir a realização do sonho de sua vida. Lançar sobre o coração de Deus toda a ansiedade do coração humano e esperar, com fé, o que vai acontecer...Parecia que as palavras doces de Elcana não conseguiam entrar no coração de sua esposa: [...] “Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1Sm 1.8.) Ana não poderia trazer preocupações para seu marido. Ela precisava encontrar a solução e parar com sua atitude passiva de apenas chorar. Então, após terem comido e bebido, antes de retornarem para casa, naquele ano, “levantou-se Ana [...] ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito” (1Sm 1.9a-10).
       Ela tomou a atitude decisiva de guerrear no mundo espiritual: orar com toda intensidade, com suas lágrimas, com o coração transparente e sincero. Ana se derramou em súplicas diante de Deus. “E fez um voto, dizendo: ‘Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha’.”
       Há duas coisas muito importantes na oração de Ana a serem observadas: aqui, pela primeira vez, Deus é chamado nas Escrituras de “O Senhor dos Exércitos”, “Javé Sabaoh”. Ana sabia que se encontrava em verdadeira batalha espiritual, no âmbito familiar e também nacional. Sua nação estava vivendo sob o mau procedimento dos filhos do sacerdote Eli, que deixavam as ovelhas de Israel desprotegidas diante dos inimigos.
      E havia guerra também dentro da casa de Elcana, com Penina constantemente provocando Ana e “espetando-lhe a carne” com palavras maldosas. Ana então orou ao Senhor dos Exércitos.
Ela creu num Deus que domina sobre todas as coisas. Ela creu que o Senhor ouve o clamor dos fracos, indefesos e angustiados...É muito importante que nos aproximemos de Deus crendo em sua existência e que Ele é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). É preciso saber quem é o nosso Deus.
     Qual a amplitude do seu poder. Qual é a dimensão do amor que Ele demonstra por seu povo. É importante saber que “não sabemos orar como convém, mas que o Espírito de Deus nos assiste em nossas fraquezas e intercede por nós, sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26), aleluia! É preciso orar com fé.
     “Demorando-se ela no orar perante o Senhor, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios, porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso Eli a teve por embriagada.” (v.12-13.) Ao orar com toda a intensidade de sua alma, Ana agora iria enfrentar um julgamento falso a seu respeito. Eli a teve por embriagada e chamou-lhe a atenção. Ela poderia ter-se sentido ofendida e nunca mais querer retornar a Siló, perante o sacerdote Eli. Mas sua luta não era no campo humano. Sua guerra era espiritual. Sua resposta estava nas mãos do Senhor e era para Ele que ela deveria olhar. Somente para Deus.
     “Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor. Não tenhas a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso de minha aflição é que tenho falado até agora.” (v.15.)
      Como é importante manter os olhos postos no Senhor e não em nós mesmos!Como Ana nos dá uma prova de um coração firme e confiante, ao responder com respeito a quem a ofendia... Ela se explicou respeitosamente e não levou em conta o julgamento precipitado de Eli. Quantos problemas seriam resolvidos de maneira mais fácil, se as pessoas não se sentissem tão facilmente ofendidas... Muitas mulheres criam verdadeiros “cavalos de batalha” com situações e palavras que não merecem tanta ênfase.
      E o sacerdote Eli trouxe uma palavra profética para Ana: [...] “Vai-te em paz e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.” (v.17.) Era exatamente dessa palavra que Ana precisava: paz e confirmação da vontade de Deus em seu coração. Ela tomou posse da paz, e o texto nos diz que ela, a seguir, seguiu seu caminho e comeu, e já não era triste o seu semblante, aleluia!
     Ali, naquele momento aconteceu a cura da alma de Ana. Foi quando se derramou, de coração, diante do Senhor; quando enfrentou incompreensão e calúnia e manteve-se firme em seu propósito de buscar a Deus, é que Ana experimentou a paz para prosseguir vivendo, crendo e sonhando os sonhos de Deus para si...
     Ana se levanta no Velho Testamento como uma guerreira da oração. Ela recebe a resposta amada do Senhor: um filho, Samuel.Ela cumpre o voto que fizera, devolvendo seu filho para o serviço do Senhor; deixando-o no templo em Siló: “Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver, pois do Senhor o pedi.” (v.28.)
    Não haveria melhor lugar para seu pequeno Samuel do que na casa do Senhor, no serviço do Senhor dos Exércitos, aleluia! E Ana com seu marido e o filhinho adoraram ao Senhor. Ana entoou um belíssimo cântico ao Senhor.

4 comentários:

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  2. É realmente um exemplo de vida cristã que Ana nos dá, e a bíblia nos mostra que Deus ouviu a sua oração. Ainda que tenha demorado (aos olhos humanos). Ele sempre ouve as nossas orações, mesmo que pareça impossível, é no impossível que Deus trabalha, para que assim, seu nome seja glorificado.

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  3. Sim, pois quando tudo se mostra perdido e sem solução para nós,o Senhor entra em ação e nos mostra que pra Ele não existe nada impossível! Esse é o meu Deus, o nosso Deus! e o melhor de tudo, é saber que Ele não mudou.

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